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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Master Review - Wonder Boy (1987)

Fala pessoal, beleza? Demorei horrores para postar, mas conforme prometido estou dando continuidade ao dossiê Wonder Boy, dessa vez através de uma série de Master Reviews onde pretendo avaliar cada um dos quatro jogos listados na segunda parte do dossiê.

Analisar Wonder Boy é uma tarefa que eu estava doido para fazer há muito tempo. Este jogo é tão arcade e voltado a velocidade que pode facilmente ser considerado como avô de Sonic the Hedgehog. O mais curioso é que suas continuações deixaram de lado esse design em favor de elementos de Action RPG.
Wonder Boy esteve presente em vários consoles da época, além de ter sido clonado pela Hudson para lançamento no NES, sobre o nome Hudson's Adventure Island. O primeiro console da SEGA a receber o port foi o SG-1000, que devido à suas limitações técnicas, teve uma versão bem diferente e meia boca do jogo. Somente no Master System é que Wonder Boy teria a chance de ser um port à altura do arcade.
De qualquer maneira, bora falar sobre este jogo! =D

O jogo
  • Desenvolvedor: SEGA/Escape
  • Outras plataformas: Arcade, Amstrad CPC, Commodore 64, Game Gear, Wii VC, ZX Spectrum, SG-1000
  • Nome alternativo: Super Wonder Boy (Japão)
  • Data de lançamento: 22 de Março de 1987
  • Gênero: Action/Sidescrolling Platform Game
Wonder Boy é o primeiro jogo criado pela Escape (nome antigo da Westone) lançado para arcade, computadores e para os consoles da SEGA, o SG-1000 e Master System. Enquanto a versão do SG-1000 é bem diferente do original por causa das limitações do console, a versão para SMS é o melhor port que este jogo já teve.

A história é bem simples: Tom-Tom e Tanya estavam bem, felizes e apaixonados, quando Drancom, um bruxo bizarro, se sente atraído pela beleza de Tanya e decide tomá-la para si, levando-a para uma ilha recheada de perigos. Tom-Tom parte para a ilha para resgatar sua amada e para descer o cacete no Drancom, pra ele deixar de ser besta e não mexer com a muíe dos outros.

Mais clichê que isso, impossível. Mas temos que dar um desconto pois estamos falando de um jogo dos anos 80, onde a história não era o grande atrativo do jogo mas sim uma mera desculpa para colocar o jogador em apuros.

O jogo consiste em 9 áreas, cada área consiste em 4 rounds, e cada round possui 4 seções. O objetivo em cada round é levar Tom-Tom até o final da quarta seção, no clássico sentido da esquerda para a direita. Cada seção está sinalizada com uma placa, indicando ao jogador em qual parte do round ele se encontra e servindo como checkpoint caso perca uma vida.

As temáticas de cada round variam desde florestas até cavernas, num clima bem tropical. Nesta versão do Master System, temos também cachoeiras, desertos e vulcões em erupção ao fundo.

O game design do jogo foi feito para que o jogador se torne um maratonista das cavernas. A barra de vitalidade que reduz com o tempo e deve ser constantemente reabastecida para que Tom-Tom não morra de fome, trechos longos que devem ser passados correndo, subidas e descidas com pedras rolando em sua direção, entre outros elementos que deixam o jogo voltado a velocidade e corrida contra o tempo.

Como inimigos, temos lesmas, canibais, sapos, polvos, peixe-espada, entre outras criaturas que com um único toque matam o pobre Tom-Tom. Felizmente, Wonder Boy pode contar com diversos power-ups para ajudá-lo. Estes power-ups são encontrados na maioria das vezes dentro de ovos espalhados pelos rounds.

O essencial é a machadinha de pedra, a única arma que o jogo fornece para atacar os inimigos. Existem trechos onde a falta da machadinha causará choro e ranger de dentes.
Além disso, temos o skate, que aumenta a velocidade do jogador e impede que seja morto com um único toque. Porém sua desvantagem é que é impossível parar o skate, apenas reduzir a velocidade, o que pode resultar em mortes com direito a músiquinha dos Trapalhões. Por fim temos também garrafas de leite que reabastecem por completo a barra de vitalidade, cogumelos que aumentam os pontos fornecidos pelas frutas, o anjo da guarda que garante invencibilidade por tempo limitado, as bonecas da Tanya que duplicam o bônus recebido no final do estágio, os utensílios femininos (bolsa, relógio) que transportam Tom-Tom para a fase de bônus nas nuvens, e as letras da SEGA que rendem uma vida ao serem colecionadas (idéia similar às letras KONG de Donkey Kong Country).

Como podem ver o jogo possui uma boa quantidade de power-ups para um game dos anos 80, incluindo inclusive um "power-down": a maldita dona morte, que reduz rapidamente a barra de vitalidade, tornando nossa vida um inferno.

No final do quarto round de cada área o jogador deve enfrentar Drancom. A batalha não é muito difícil, Drancom fica apenas andando pra frente e pra trás enquanto atira bolas de fogo. Basta acertar a sua cabeça diversas vezes para acabar com ele. O mais bizarro é que ao derrotá-lo, sua cabeça cai e dá lugar a outra cabeça, e este foge voando.

O jogo possui, além das 9 áreas, uma décima área secreta, que pode ser acessada somente se o jogador conseguir coletar todas as 36 bonecas da Tanya. O problema é que após a 2º área as bonecas estão muito bem escondidas. Algumas requerem que o jogador tropece em pedras ou se atire em fogueiras suspeitas para aparecerem.

Os controles respondem muito bem, mas para os padrões atuais a jogabilidade é um pouco ultrapassada. Trocar a direção do pulo no ar é impossível, Tom-Tom é bem escorregadio enquanto corre, é preciso segurar o botão de ataque para dar o pulo mais alto mesmo quando o jogador não está correndo...enfim, são decisões de design que já demonstram sinais de envelhecimento e podem irritar os jogadores atuais.

Os gráficos são muito bons, e demonstram que o Master System foi uma excelente plataforma para ports de jogos de arcade. O cenário é bem feito e os personagens são muito bem desenhados. O som é muito bom também, embora tenha poucas músicas (especialmente se for comparado à Adventure Island). Do primeiro ao terceiro round, o jogador vai ouvir a mesma música. São músicas boas e memoráveis, mas repetí-las a exaustão torna o jogo um pouco cansativo.

Falando em jogo cansativo, este aqui é um jogo bem grandinho para a época. Um colega meu acreditava que Wonder Boy não tinha fim, tamanho o tempo necessário para terminar pelo menos as 9 áreas. Adicione aí a dificuldade alta nas últimas áreas, a busca pelas bonecas e a falta de passwords, e temos aí um jogo hardcore e nonsense, quase impossível de zerar se não fosse pelo sistema de continues.

Legal, mas...o que o torna especial?

Wonder Boy foi muito comparado ao Super Mario Bros na época, provavelmente porque era um dos poucos jogos de plataforma sidescrolling, um gênero que estava engatinhando nos anos 80. Contudo, a jogabilidade é bem diferente, focalizando-se mais em velocidade e corrida contra o tempo. Mario tinha o crônometro, mas não era algo tão crucial como em Wonder Boy. Em Super Mario Bros haviam poucas fases onde o tempo era escasso; já em Wonder Boy a situação fica séria se o jogador decidir ignorar as frutas logo na primeira fase.

Além disso, outro ponto que eu acho divertido é encontrar os itens secretos. Embora seja um jogo mais arcade e voltado a correria constante, nada impede o jogador de parar um pouco e tentar encontrar as letras da SEGA ou as bonecas escondidas pelo cenário, adicionando assim um bom desafio para os gamers exploradores.

Por fim, o jogo tem um forte carisma. Design de personagens, a trilha sonora, o ambiente, tudo aqui contribui para uma experiência agradável capaz de manter o jogador na frente da TV e incentivando o mesmo a voltar sempre para uma nova partida.

Conclusão


Wonder Boy é um jogo bem viciante. Por mais que seja longo e cansativo, sempre incentiva o jogador a continuar a jogatina, deixando sempre aquele gostinho de "quero mais". Não é um jogo perfeito, e sua fórmula chega a ser bem antiquada para os padrões atuais, mas este game conseguiu envelhecer bem, podendo divertir muitos jogadores mesmo nos dias atuais.
Para quem gosta de um bom jogo de arcade, de trabalhar sob pressão do tempo ou de coletar itens, Wonder Boy é o jogo certo. Donos de Master System DEVEM possuir este jogo, é um clássico que demonstra o potencial do 8-bits da SEGA.



E por hoje é só pessoal! No próximo review pretendo falar sobre a continuação, onde a Westone deixou de lado a jogabilidade rápida em favor da adição de elementos de RPG, definindo assim o rumo dos jogos da série.

Abraços, e até o próximo post. =)

Good night, brave warrior. Good night, Monster Land...

6 comentários:

  1. Grande Adinan, arrasou no post!!!
    Esse jogo é muito especial pra mim, pois ganhei junto com meu Master e jogava muito, mas muito mesmo.
    Demorei pra conseguir zerar, sendo que a primeira vez eu sacanei, usando um esqueminha de seleção de fases, na tela de inicio de cada round, quando Tom-tom ficava de um lado, Tanya do outro e um coração subia na tela.
    Mas um dia eu consegui ficar horas e horas a fio até terminar pra valer. Cara que saudade de fazer isso de novo... rsrs
    Os gráficos eram lindos e a música muito boa, apesar de repetitiva como vc bem mencionou... mas musiquinha dos trapalhões quando ele morre? hahah, sacanagem. Um amigo meu tinha certeza que o som era como se alguém dissesse "Tem catupiri... pã" eu ria muito com essa bobeira cretina dele, coisa de moleques.
    Prometo que o próximo Manual que vou disponibilizar aqui vai ser a desse jogo. Eu conheço ele de cor e saltiado, lia sempre.
    Parabéns pelo texto excelente.
    Abraço!

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  2. @Leo S.
    Cara, tô me contendo pra não rir aqui no trampo com o "Tem catupiri...pá!" kkkkkkk muito bom =D

    Wonder Boy é muito legal, curto demais esse joguinho, tanto que baixei pro Wii pelo Virtual Console, onde zerei o danado. É uma pena que eu não tive o cartucho na época, Wonder Boy é um jogo obrigatório para todo dono de SMS.

    Abraços!

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  3. Caraca Adinam, esse post ficou incrível!! Realmente esse é aquele jogo que de maneira alguma pode faltar na coleção, um mega clássico. Vou ver se pego um dia livre para tentar terminar ele.

    Ficou muito bom o seu post, Abraços!!!

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  4. Meu primeiro contato com o Wonder Boy foi, por mais incrível que possa parecer, por meio de sua versão lançada para os flipers. Só depois pude ter contato com a versão do Master... e claro, passei muitas horas me divertindo com este simpático joguinho no conforto da minha sala.

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  5. @Matheus T.
    Opa valeu Matheus! Vale a pena jogar até zerar, é um jogo muito divertido e viciante. Recomendo também a série Adventure Island, que não só manteve o design do Wonder Boy original, como também adicionou elementos interessantes como dinossauros e warp zones.
    Abraços =)

    @André Breder
    A versão de arcade era muito legal! Pena que só fui jogar ela graças a emulação. Conheci a versão do Master System, a qual me arrependo de não ter convencido meus pais a comprar o cartucho pra mim.
    Abraços =)

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  6. tem como diminuir o volume do jogo ? e se tiver aonde ?

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